sábado, 16 de agosto de 2014

Coletiva de imprensa encerra primeiro dia de debate

O segundo e último dia de debates do Conselho de Segurança da ONU terá início em instantes na cidade de São Bernardo do Campo. Após um primeiro dia muito movimentado, com surpresas e reviravoltas, parece que os países ainda não se aproximaram de uma decisão. Antes de começar a transmissão de hoje, vamos relembrar os principais trechos da participação da rede Al Jazeera na coletiva de imprensa ocorrida logo depois do término da última sessão de sexta-feira. Ao ser perguntado sobre como ficaria o cenário das relações internacionais caso outros países adotassem o ideal de "intervenção preventiva", ferindo a soberania dos Estados nacionais, o delegado representante dos Estados Unidos da América respondeu que seu país já nasceu com a missão de levar democracia e liberdade (dada por Deus) aos povos oprimidos e que qualquer nação interessada em compartilhar essa missão teria que dialogar com os EUA. Na sequência, nosso repórter indagou a delegação chilena se houve algum tipo de surpresa com o destaque ganho pelo país na primeira sessão de debates do dia. Isso ocorreu devido a um parágrafo presente em seu respectivo DPO, o qual apontava uma aliança prévia com outros países. A delegada respondeu que realmente se surpreendeu com tamanho destaque e acrescentou que o Chile mantém sua convicção na resolução do conflito de forma pacífica e que assumirá novamente posições de destaque nas negociações caso isso seja necessário. Por fim, perguntada sobre as suas intenções no futuro do cenário internacional, a República Popular da China esclareceu que pretende manter o multilateralismo nas discussões e evitar uma posição de decisões unilaterais. Logo mais reiniciar-se-á a reunião do Conselho, continue conosco para acompanhar a cobertura mais completa!
Guilherme Lourenção, do Al Jazeera do SOOI UFABC durante a coletiva de imprensa

Descoberta de falsa notícia gera reviravolta no Conselho de Segurança da ONU

No fim da tarde de ontem, foi noticiado pela secretária geral da ONU, Carolina Gusmão, a falsidade da notícia veiculada mais cedo por uma imprensa russa, sobre terem sido encontradas armas de destruição em massa no leste de Bagdá, assim como evidências de armas biológicas e químicas. A secretária ainda afirmou que a imprensa russa teria sido subornada por fabricantes bélicos. Após a reviravolta, os delegados participantes da reunião do conselho de segurança da ONU voltaram a discutir a invasão no Iraque, porém dessa vez a maioria dos representantes das nações se mostrou mais preocupado com a veracidade dos fatos transmitidos e as ações que se tomaria baseado nessas informações. A delegada russa, Taís Servidoni, disse: “Há poucos minutos estávamos prestes a concordar com a invasão no Iraque baseando-nos em um boato, uma hipótese, uma notícia sem provas. Isso é inadmissível”. A delegação iraquiana se disse extremamente ofendida pelo conselho não ter confiado em sua palavra desde o início das notícias. Os EUA, por sua vez, continuaram discutindo a invasão no Iraque como se a notícia nunca antes tivesse sido veiculada. É preciso enfatizar aqui que a primeira notícia, a falsa, foi veiculada por uma imprensa russa, enquanto a segunda, pela própria ONU. A primeira notícia foi altamente veiculada pela imprensa estadunidense que também cobria o evento, a CNN. Mas o que leva a uma imprensa veicular notícias sem o mínimo de provas? Sem dúvidas, notícias sem provas veiculadas pela imprensa mancha a imagem de todas as empresas desse meio de comunicação, é lastimável que nem todas tenham o compromisso com a verdade. Hoje a reunião dará continuação e deve se fazer uma resolução sobre o fato, em breve mais notícias sobe o caso no blog do Al Jazeera.


Conselho de Segurança reunido


sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Armas encontradas mudam o panorama da discussão no conselho de segurança da ONU

Durante a segunda sessão de debates da reunião do Conselho de Segurança da ONU na tarde desta sexta,15, uma rede de imprensa russa afirmou terem sido encontradas armas de destruição em massa na região leste de Bagdá. É inegável o impacto que essa informação teve no Conselho, pois altera drasticamente um paradigma que vinha sendo construído nos últimos debates em respeito à soberania territorial iraquiana já que não havia provas concretas.  Tanto as investigações quanto as informações, contudo, são incompletas, já que não contemplam a origem, o destino, os responsáveis pela fabricação e sua respectiva data.
Faz-se necessário uma investigação completa e detalhada sobre o contexto em que tais armas foram encontradas, afinal é irracional e pouco profissional acreditar cegamente que há uma relação necessária entre o Governo da República do Iraque e as armas encontradas em seu território. É muito conveniente aos Estados Unidos que esse armamento tenha sido encontrado no exato momento no qual a reunião do Conselho de Segurança acontecia.
Após a divulgação das informações, a maioria esmagadora dos países membros do Conselho de Segurança da ONU que realizavam a reunião com objetivo de decidir o futuro do Iraque mantiveram a posição contrária à invasão militar e a favor de investigações mais apuradas sobre a procedência dessas armas. O delegado francês, unido ao delegado alemão, frisou que o Conselho não pode permitir uma intervenção militar que sacrifica vidas em nome de possibilidades. Em fala, o governo sírio se revelou ofendido com o viés que as acusações assumiram, afinal se tal armamento tivesse sido encontrado em qualquer país não árabe a associação com o terrorismo não teria sido feita. 
Agora existem duas resoluções em pauta e a decisão será tomada na terceira sessão do dia, com início previsto às 17 horas. Confira abaixo a entrevista com assessora da Síria sobre a União Árabe.

Al Jazeera SOOI UFABC entrevista delegação iraquiana


O jornal Al Jazeera do SOOI UFABC entrevistou a assessora da delegação do Iraque, que nos falou sobre a situação da República do Iraque na reunião do Conselho de Segurança da ONU. 

PETRÓLEO: SURPRESA?

O Iraque acusa a real intenção dos EUA em invadir seu território, a qual seria os interesses em relação ao petróleo, posto que o estado iraquiano é um grande produtor e os EUA tem um interesse maior ainda em dominar esse recurso. O fato de haver religiões predominantemente diferentes nesses dois países justificaria qualquer ataque por parte dos estadunidenses, já que acusam o governo iraquiano de interferir diretamente na vida sua população por princípios religiosos através das decisões do Estado.
Os EUA rebateram dizendo-se surpreso com tal acusação, e que a mesma não é verdadeira, pois o país é um grande produtor de petróleo. Alega ainda que sua real intenção é a favor da vida, posto que acusa o Estado iraquiano de não assumir posição de represália às mortes de civis que lá ocorrem.

Por outro lado, vale ressaltar os EUA não se prendem a reservas contidas em seu território, pois a segurança em relação ao abastecimento energético passa por atores principalmente do Oriente Médio. Ao ser perguntada sobre os reais interesses da intervenção, a delegação dos EUA respondeu com atuação melodramática: “Interessados no petróleo? Nossa... estou surpreso.” É possível utilizar uma enorme gama de adjetivos que qualifiquem a posição estadunidense com relação ao petróleo presente no Iraque: interessado, imperialista, pretensioso, ousado e parasita. Surpreso? Ficaram todos os participantes da reunião ao ouvir isso da boca do representante do império yankee.

 O delegado dos Estados Unidos da América, Guilherme de Lucas

O delegado da República do Iraque, Fernando Santiago

Palestra de abertura do SOOI UFABC contou com representante das Nações Unidas para o Brasil.

A palestra de abertura do primeiro SOOI da UFABC foi ministrada pelo assessor de Comunicação do Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (Unic Rio), Gustavo Barreto. Em sua fala, destacou os principais desafios e avanços da Nações Unidas, bem como a posição de destaque que o Brasil vem ocupando. Entre os desafios, Gustavo Barreto  cita o atraso para atingir todos os objetivos do milênio e a dificuldade em encontrar vontade política, apesar de haver recursos e meios para solucionar crises. Os avanços a serem evidenciados é a diminuição de vítimas de guerra, assim como a miséria global e a mortalidade infantil.

Segundo Gustavo Barreto, a ONU incentiva os países a cumprirem metas, muitas dessas que não são cumpridas. Sobre o Brasil, diz que a situação dos direitos humanos é complexa: apesar da saída da linha da miséria, metade da população ainda não tem acesso à água encanada e ao saneamento básico.


O palestrante abordou também a visão errônea de que as Nações Unidas são apenas um fantoche e o oposto, de que seria onipotente. A ONU tem 44000 funcionários que promovem os princípios estabelecidos na Carta dos Direitos Humanos, trabalhando com baixo orçamento. Para ele, é preciso entender que existe uma estrutura que foi estabelecida pós-Segunda Guerra Mundial, que deve ser renovada.

  Gustavo Barreto, assessor  de Comunicação do Centro de Informação das Nações Unidas no Brasil (UNIC Rio).

UFABC sedia sua primeira Simulação.


Dia 14 de agosto, quinta-feira, começou a Simulação de Organismo e Organizações Internacionais da Universidade Federal do ABC. Em sua primeira edição, o evento contou com a presença do reitor da universidade, Klaus Capelle, que em entrevista ao Al Jazeera disse que tem grande orgulho da UFABC em realizar o primeiro SOOI, principalmente do curso de Relações Internacionais, posto que essa é mais uma realização do curso que apesar de novo tem realizado importantes eventos. O reitor ainda disse que a UFABC permite fazer uma simulação bem realista, em um ambiente negociador e exigente, pois preparar os alunos para isso significa preparar um melhor Brasil para o futuro, e ainda completou que suas expectativas em relação ao desempenho da delegação da Alemanha (sua nacionalidade é alemã) ele nesse contexto representa uma instituição brasileira e torce pelo Brasil, suas expectativas com a Alemanha foram supridas na Copa do Mundo de 2014. 

Em entrevista com o professor coordenador do SOOI, David Morales, ele nos relatou que a rapidez na organização do evento por parte dos alunos organizadores o surpreendeu, disse ainda que sua expectativa para esse evento é de que os alunos obtenham experiência e os melhores empregos no futuro ao invés de fazer dessa a melhor simulação do país. O fato da universidade ser nova e seu projeto pedagógico inovador no Brasil (os cursos adotam a interdisciplinaridade) dá uma característica diferenciada para o SOOI da UFABC.


                           O reitor da UFABC, Klaus Capelle. 

             O coordenador do curso de Relações Internacionais da UFABC, Giorgio Romano, a coordenadora do SOOI UFABC, Carolina Gusmão, e o professor coordenador do SOOI, David Morales. 


O evento de abertura do SOOI UFABC, que contou com professores e alunos de diversas áreas.